MILHO: Mercado digere USDA, observa colheita/EUA e estoques/Brasil – SAFRAS

Porto Alegre, 9 de novembro de 2018 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão
merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do
analista da SAFRAS Consultoria, Fernando Henrique Iglesias.

– O mercado ainda absorve os dados do relatório de oferta e demanda divulgado
pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última
quinta-feira

– A safra global 2018/19 foi estimada em 1.098,95 milhão de toneladas, acima
das 1.068,31 milhão de toneladas previstas em outubro. Os estoques finais da
safra mundial 2018/19 foram projetados em 307,51 milhões de toneladas, acima
das 159,35 milhões de toneladas apontadas no mês passado e à frente das 158,6
milhões de toneladas previstas pelo mercado

– Para a safra norte-americana, o USDA promoveu cortes em linha com a
expectativa do mercado. O USDA previu que os Estados Unidos deverão colher
14,626 bilhões de bushels, volume abaixo dos 14,778 bilhões de bushels
indicados em outubro e aquém dos 14,711 bilhões de bushels esperados pelo
mercado. Os estoques finais de passagem foram estimados em 1,736 bilhão de
bushels, ante os 1,781 bilhão de bushels esperados pelo mercado e abaixo dos
1,813 bilhão de bushels indicados no mês passado

– O relatório semanal de evolução da colheita também é um norte importante
para o mercado. Com a expectativa de tempo bom para os próximos dias, a
tendência é de bom andamento do trabalho de campo.

– No mercado doméstico, o quadro apresentou algumas mudanças na primeira
quinzena de novembro. Os produtores reduziram a fixação de oferta país a
fora. Em contrapartida, alguns consumidores passam a se deparar com estoques
encurtados, resultando em preços mais altos em diversos estados

– No mercado paulista, esse movimento se torna ainda mais evidente, justificando
o comportamento da B3 nos últimos dias

– A trajetória cambial após as eleições foi muito diferente do previsto, com
a paridade oscilando entre R$ 3,65/US$ 1,00 e R$ 3,75/US$ 1,00. Não há muito
espaço para valorizações agressivas no curto prazo, avaliando o cenário
internacional de aversão ao risco, além da política do Fed em relação a
taxa básica de juros norte-americana

– Os preços nos portos encontraram algum espaço para reação nessas
condições. No disponível a indicação em Santos foi posicionada entre R$
36/36,50.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS