MERCADO: Milho recebe impacto no Brasil da desvalorização do dólar

Porto Alegre, 10 de julho de 2018 – O mercado brasileiro de milho teve
uma terça-feira de preços predominantemente mais baixos, pressionados.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, “o mercado teve
certo impacto negativo devido à valorização do real e queda na CBOT”. O
mercado está com dificuldades internamente, com exportadores ainda esbarrando
na questão dos fretes, destaca.

Nos portos de Santos e Paranaguá, o preço ficou entre R$ 37,50/38,50 a
saca de 60 quilos para entrega na safrinha na base de compra.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 34,00/35,00 a saca em Cascavel. Em São
Paulo, o preço esteve em R$ 34,00 a saca na Mogiana. Em Campinas CIF, preço
de R$ 38,50.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 38,00/40,00 em Erechim. Em Minas
Gerais, preço em R$ 34,00/35,00 em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$
27,00/28,00 em Rio Verde. Em Mato Grosso, preço ficou entre R$ 20,00/25,00 a
saca.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços
acentuadamente mais baixos. O mercado buscou um posicionamento frente ao
relatório de oferta e demanda de milho de julho do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos, em meio a um possível aumento da produção e dos
estoques norte-americanos do cereal em 2018/19. Os dados serão atualizados na
quinta-feira.

O indicativo de melhora no clima ao desenvolvimento das lavouras no
cinturão produtor também contribuiu para a desvalorização dos preços.

A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais
é que a safra dos Estados Unidos em 2018/19 possa atingir 14,331 bilhões de
bushels, acima dos 14,040 bilhões de bushels indicados em junho. Na temporada
2017/18 a safra do país atingiu 14,604 bilhões de bushels.

A produtividade média da safra norte-americana em 2018/19 deve alcançar
175,3 bushels por acre, acima dos 174 bushels por acre indicados em junho. Na
safra 2017/18 a produtividade média ficou em 176,6 bushels por acre.

Para a temporada 2018/19, a expectativa é de que os estoques finais
norte-americanos possam atingir 1,733 bilhão de bushels, superando os 1,577
bilhão de bushels indicados em junho.

Para a temporada 2018/19, analistas estimam que o USDA possa indicar
estoques finais globais de 156 milhões de toneladas, acima das 154,7 milhões
de toneladas apontados em junho.

Os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 3,47 3/4,
perda de 6,25 centavos de dólar, ou -1,76% em relação ao fechamento anterior.
A posição dezembro de 2018 fechou a US$ 3,60 3/4 por bushel, baixa de 6,25
centavos de dólar, ou -1,7%, em relação ao fechamento anterior.

CÂMBIO

O dólar comercial fechou a negociação com baixa de 1,84%, cotado a R$
3,7960 para a compra e a R$ 3,7980 para a venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,7950 e a máxima de R$ 3,8880.

Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS