SOJA: Guerra comercial e safras de EUA e Brasil pautam o mercado – SAFRAS

Porto Alegre, 8 de novembro de 2019 – Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque:

– As atenções do mercado permanecem divididas entre a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a situação da safra dos EUA. Sinais de demanda pela soja norte-americana e clima para o desenvolvimento inicial das lavouras no Brasil fecham o quadro de fatores. Os players devem também continuar digerindo os números do relatório do USDA de novembro.

– Após algumas semanas de otimismo frente a novidades positivas com relação às negociações comerciais entre EUA e China, o mercado foi surpreendido negativamente na sexta-feira (8) com o comentário de Donald Trump, dizendo que ele não ainda não concordou com a retirada de tarifas durante a primeira fase do acordo comercial. Os players reagiram negativamente, o que trouxe ajustes negativos para Chicago.

– A grande dúvida continua sendo se a esperada “fase um” do acordo será assinada ainda em 2019. Retrocessos nas negociações podem levar o mercado a acreditar que o acordo ficará para o próximo ano. Atenção para novidades nos próximos dias. A guerra comercial continua sendo fator decisivo para o mercado em 2020.

– É importante que novas vendas de soja dos EUA para a China sejam anunciadas nas próximas semanas para que o mercado continue com suporte acima da linha de US$ 9,10 na primeira posição. A ausência de novas vendas pode levar ao teste desta linha.

– O USDA surpreendeu o mercado em seu relatório de novembro ao trazer uma manutenção na safra e uma elevação nos estoques finais dos EUA na temporada 2019/20. Os players esperavam por cortes em ambos os números. A melhora climática registrada ao longo do mês de outubro no cinturão produtor norte-americano aparentemente impediu o avanço das perdas produtivas no país. Os trabalhos de colheita estão na reta final e dificilmente teremos grandes mudanças a partir de agora. O mercado pode começar a especular até mesmo um ajuste positivo na produção no último relatório do ano, em dezembro.

– O clima no Brasil começa a ganhar peso como fator para o mercado. Embora os trabalhos de plantio estejam avançados em nível nacional, há problemas regionalizados em alguns estados. Atenção para os mapas climáticos daqui para frente. Ainda é cedo para se falar em perdas relevantes, mas o sinal amarelo está ligado para alguns estados.

     Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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