Porto Alegre, 26 de maio de 2023 – O mercado brasileiro de frango registrou leve queda nos preços no frango vivo e acomodação para os cortes negociados no atacado e na distribuição, se comparados à semana anterior. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, mesmo na primeira quinzena do próximo mês, o mercado permanece sem grande expectativa de recuperação dos preços do vivo. “Talvez durante a virada do mês”, analisa.
No que tange a Influenza Aviária, o analista ressalta que, até o momento, o Brasil reportou oito casos. Todos eles foram da variante H5N1 e na faixa litorânea, nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. “Apenas foram relatados casos em aves selvagens e não afeitam em nada o status sanitário brasileiro”, explica. “O estado de emergência zoossanitária é estratégia importante para desburocratizar e adotar, com mais agilidade, as medidas cabíveis para impedir a evolução da doença”, complementa o analista.
Em relação ao mercado atacadista, Iglesias destaca que o ambiente de negócios volta a sugerir alguma queda dos preços, uma vez que este é um período pautado por menor apelo ao consumo. “A carne de frango vem perdendo competitividade na comparação com a carne bovina, o que tende a fazer com que parcela da população direcione o consumo para a proteína de preferência, que nos anos anteriores esteve em patamares proibitivos de preço e afastou parte da demanda”, explica.
“Nas exportações, o desempenho é positivo em termos de volume. No entanto, vale a menção de que os preços médios da carne de frango estão em queda no mercado internacional”, esclarece o analista. “A movimentação cambial, em meio às incertezas na votação do arcabouço fiscal, também é uma variável importante a ser ponderada”, pondera. Iglesias, por fim, alerta que os custos de nutrição seguem em declínio. “O cenário é, de fato, bastante interessante, permitindo o alargamento da margem operacional”, finaliza.
Exportações
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 542,113 milhões em maio (14 dias úteis), com média diária de US$ 38,722 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 275,919 mil toneladas, com média diária de 19,708 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.964,70.
Em relação a maio de 2022, houve alta de 2,0% no valor médio diário, ganho de 8,6% na quantidade média diária e recuo de 6,1% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Preços internos
Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango não tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito no atacado se manteve em R$ 7,70, o quilo da coxa em R$ 6,70 e o quilo da asa em R$ 10,40. Na distribuição, o preço do quilo do peito continuou em R$ 7,90, o quilo da coxa em R$ 6,90 e o quilo da asa em R$ 10,55.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também não apresentou alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito permaneceu em R$ 7,80, o quilo da coxa em R$ 6,80 e quilo da asa em R$ 10,50. Na distribuição, o preço do quilo do peito seguiu em R$ 8,00, o quilo da coxa em R$ 7,00 e o quilo da asa em R$ 10,65.
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo se manteve em R$ 4,80 e, em São Paulo, foi registrado recuo de R$ 5,10 para R$ 5,00.
Na integração catarinense a cotação do frango ficou em R$ 4,30. Na integração do oeste do Paraná, a cotação teve declínio de R$ 4,85 para R$ 4,70 e na integração do Rio Grande do Sul de R$ 4,80 para R$ 4,70.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 4,75, em Goiás em R$ 4,80 e no Distrito Federal em R$ 4,80. Em Pernambuco, o quilo vivo se manteve em R$ 5,50, no Ceará em R$ 5,50 e, no Pará, em R$ 5,60.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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