SEMANA: Chicago e dólar recuam e soja tem julho arrastado

    Porto Alegre, 2 de agosto de 2019 – O mercado brasileiro de soja teve um mês de julho marcado por escassos negócios e por preços recuando na maior parte das praças do país. A desvalorização dos contratos futuros em Chicago e a queda do dólar prejudicaram a comercialização.

    Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 77,50 para R$ 73,00 em julho. Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 74,00 para R$ 71,50. Em Paranaguá, a cotação recuou de R$ 81,00 para R$ 78,50.

   Em Rondonópolis (MT), a saca passou de R$ 70,00 para R$ 67,50. Em Dourados (MS), a cotação estabilizou na casa de R$ 70,00. Em Rio Verde (GO), o preço baixou de R$ 81,00 para R$ 78,50.

   Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro acumularam desvalorização de 4,5% em julho, encerrando o mês a US$ 8,81 . A intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos e a melhora do clima no cinturão produtor americano determinaram as perdas.

    O câmbio também não ajudou na comercialização. O dólar comercial acumulou queda de 0,6% no período, encerrando o mês a R$ 3,818. Na maior parte do mês, a moeda ficou abaixo de R$ 3,80.

     Oferta e Demanda

   As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 77 milhões de toneladas em 2020, subindo 7% sobre o volume de 2019, projetado em 72,1 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado.

    “A manutenção da guerra comercial entre EUA e China deverá levar novamente a uma forte demanda chinesa pela soja brasileira, enxugando nossos estoques”, destaca o analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roque.

   O esmagamento também deve crescer frente a uma maior demanda por exportação de carnes. SAFRAS indica esmagamento de 43,75 milhões de toneladas em 2020 e de 43,2 milhões de toneladas em 2019, representando um aumento de 1% entre uma temporada e outra.

   Em relação à temporada 2020, a oferta total de soja deverá subir 5%, passando para 124,067 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 123,95 milhões de toneladas, com ganho de 5%. Desta forma, os estoques finais deverão cair 9%, passando de 129 mil para 117 mil toneladas.

    SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 32,95 milhões de toneladas, inalterada. As exportações deverão cair 3% para 15,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 17,5 milhões, aumento de 3%. Os estoques deverão cair 6%, para 838 mil toneladas.

   A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,685 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 700 mil toneladas, com queda de 24% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,9 milhões para 8,05 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 14% nos estoques para 93 mil toneladas.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS