Impactos de longo prazo do conflito na Ucrânia para grãos

Segundo análises da HedgePoint Global Markets, com a perspectiva de uma produção potencialmente menor na Ucrânia – especialmente de trigo, milho e girassol – a produção em outros grandes exportadores poderá ser incentivada.

Nesse sentido, embora a quebra de safra do ano passado já tenha desempenhado esse papel, a notícia chegou um pouco tarde demais para afetar a safra de milho de inverno do Brasil. No entanto, ele se encaixa perfeitamente na janela de decisão de plantio para milho e trigo de primavera do agricultor dos EUA. Assim como no início da Covid, as questões de segurança alimentar sempre surgem em tempos de incerteza, e o trigo é uma das principais commodities impactadas.

A duração do conflito – e não necessariamente sua intensidade – é o que determinará muitas das consequências para o mercado. No curto prazo, os futuros continuarão mantendo alta volatilidade, pois a incerteza ainda é o tema principal. Ninguém sabe, exceto (talvez) Putin, quando a atual crise na Ucrânia pode terminar ou quais podem ser os impactos diretos dela nos volumes exportados tanto da Ucrânia quanto da Rússia. No entanto, como o trigo CBOT nos mostrou, os preços não necessariamente subirão indefinidamente, embora o conflito realmente traga suporte para a maioria das commodities.

Por um lado, se a crise for resolvida rapidamente, a liberação da oferta represada na Ucrânia e na Rússia pressionará os preços. Por outro lado, quanto mais tempo demorar, maior a probabilidade de danos na próxima safra compensarem esse efeito e a alta poderá ser mais resiliente. No entanto, não podemos esquecer que outros países produtores também estão olhando para a situação e, no meio deste do ano, novas safras de milho e trigo começarão a ser colhidas, trazendo também algum alívio.

Fonte:

 HedgePoint Global Markets

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