CARNE DE FRANGO: Indústria pede plano de incentivo ao milho no RS

Porto Alegre, 1 de fevereiro de 2019 – Pedido feito por representantes das
indústrias de proteína animal ao governador Eduardo Leite será o ponto de
partida para que a Secretaria da Agricultura apresente nova proposta de fomento
à produção de milho no Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, o titular da
pasta, Covatti Filho, promete apresentar levantamento em elaboração.

“O governador pediu que fossem feitos estudos. A ideia é desenvolver
política com foco na irrigação, abordando também a questão do
licenciamento. É um caminho na busca pela autossuficiência”, explica Covatti
Filho.

Ele ainda não detalhou quais ações diferentes das já existentes
poderão ser adotadas – desde 2013, por exemplo, existe o programa Mais Água,
Mais Renda. Talvez o principal argumento de convencimento de que o Estado
precisa encarar a produção de milho de outra maneira tenha vindo da palavra
competitividade. Ou melhor: da falta dela.

Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco
Turra esteve na reunião realizada no Palácio Piratini. Ele conta que foi
mencionado a Leite a perda de posições do Rio Grande do Sul no ranking
nacional em razão da produção do grão ser insuficiente para atender à
demanda.

Segundo o dirigente, catarinenses e gaúchos precisam adquirir cerca de 6
milhões de toneladas de milho de outros locais de produção – de dentro e de
fora do país. Para se ter uma ideia, o volume é maior do que o estimado para
toda a produção do Estado, de 5,63 milhões de toneladas, segundo a Conab.

A necessidade encarece os custos, diminui a margem e, consequentemente,
limita o retorno financeiro aos cofres públicos.

“Está ficando muito custoso trazer o milho do Centro-Oeste. Precisamos
ter uma briga permanente para fomentar o crescimento da produção de milho”,
confirma o ex-ministro da Agricultura.

Na sexta-feira, Leite pode conferir de perto um exemplo de que produzir
milho pode dar certo e gerar renda. Mas a realidade da AJ Moreno, onde ocorreu
a abertura oficial da colheita, está longe de ser a da maioria das propriedades.

O desafio será encontrar uma proposta capaz de garantir uniformidade à
produção, evitando que fique à mercê do vaivém das cotações no mercado.
Modelo comemorado

Na cerimônia simbólica que marca a abertura da colheita do milho no
Estado, os resultados da propriedade escolhida para receber a festa
impressionaram o governador Eduardo Leite. Ele constatou de perto o que a
tecnologia pode fazer pela cultura.

A diferença na AJ Moreno, em Santo Ângelo, nas Missões, já começa no
espaço destinado ao grão. Na maior parte do Estado, a soja tem preferência.
Lá, não. São 220 hectares de milho e 230 hectares de soja. Na área do milho,
190 hectares contam com irrigação.

A produtividade média soma 240 sacas por hectare. No sequeiro, são 200
sacas. Em ambos os casos, bem acima da média estadual – estimada em 124
sacas para a safra atual, segundo a Conab.

Vice-prefeito de Santo Ângelo e presidente da 19 Feira Internacional do
Milho (Fenamilho), Bruno Hesse reforçou que o uso de sistemas de irrigação em
pequenas propriedades ajudaria a reduzir o déficit da produção de milho. As
informações partem de Zero Hora e foram divulgados no boletim Avicultura RS
Notícias, da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS