CÂMBIO:Otimismo prevalece no exterior e dólar fecha em queda ao redor de 2%

   Porto Alegre, 18 de maio de 2020 – O dólar comercial fechou em queda 1,98% no mercado à vista, cotado a R$ 5,7250 para venda, em dia de forte otimismo no exterior impulsionado pela notícia de resultados positivos nos estudos sobre uma vacina para a prevenção do novo coronavírus, além das declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, visto como positivas em relação à recuperação da economia dos Estados Unidos.

  Para a equipe econômica do banco Fator, Powell mudou o tom de seu discurso em relação às declarações dadas na semana passada, “trocando” a expectativa de lenta recuperação da economia norte-americana para esperado movimento já no segundo semestre deste ano, se não houver segunda onda de contaminação por covid-19 no país.

 “Contudo, manteve previsão de que a economia deve voltar ao nível anterior a pandemia somente no final do ano que vem, com o pico do desemprego chegando a taxas de 20% a 25%. Além disso, Powell descartou novamente a possibilidade de juros negativos nos Estados Unidos”, acrescentam os analistas do banco.

 O analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, ressalta que o conjunto de notícias “boas” vindas do exterior estimulou o apetite ao risco dos investidores. “O progressivo retorno de importantes economias [da Europa] à atividade deram um contorno bastante positivo, além da valorização de mais de 8% do contrato de petróleo”, comenta.

 Para o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, depois de uma semana de notícias negativas e incertezas, a semana começou com investidores mais otimistas. “Até afastando o receio de uma segunda onda de contaminação com o novo coronavírus, principalmente na Europa. Há uma expectativa de que a economia reaja antes do previsto”, diz.

  Amanhã, com a agenda de indicadores mais fraca, Spyer destaca que as declarações de Powell, prevista para o fim da manhã, podem voltar a fazer preço no mercado. Porém, o dólar tem um cenário “arisco’, e segue suscetível a forte volatilidade. “A volatilidade implícita do real ante o dólar é a maior do mundo no momento”, reforça.