Ações caem na Europa após China tarifar EUA e Trump ameaçar revide

   Porto Alegre, 23 de agosto de 2019 – Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em baixa, sucumbindo à onda de aversão ao risco que varreu o mercado mundial após a China anunciar novas tarifas aos Estados Unidos e o presidente do país, Donald Trump, ameaçar revidar.

    A vai adotar tarifas de 5% e de 10% sobre o equivalente a US$ 75 bilhões em produtos importados dos Estados Unidos para retaliar a decisão do governo norte-americano de sobretaxar cerca de US$ 300 bilhões em produtos chineses a partir de setembro.

   Segundo o Ministério de Finanças da China, as tarifas serão aplicadas em duas etapas: a primeira em 1 de setembro e a segunda em 15 de dezembro – as mesmas datas em que as tarifas aos produtos chineses anunciadas pelos Estados Unidos entrarão em vigor. A lista de produtos inclui petróleo.

    O governo chinês também anunciou que voltará a tarifar em 25% os carros importados dos Estados Unidos a partir de 15 de dezembro. As peças terão tarifa de 5% a partir da mesma data.

    “As tarifas chinesas serão sobre a soja, o petróleo e os automóveis. Estes produtos são geralmente produzidos nos chamados ‘estados vermelhos’ [eleitores do Partido Republicano], então a decisão tem como objetivo fazer o máximo de pressão sobre Trump antes das eleições de 2020”, disse a BBH em um relatório.

    Trump afirmou que irá responder às últimas tarifas impostas pela China nesta tarde. “Não precisamos da China e ficaremos bem melhor sem ela”, afirmou ele em sua conta do Twitter.

    Nem mesmo a sinalização do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que o banco central norte-americano está monitorando a desaceleração econômica global e vai agir quando “apropriado” para proteger o crescimento dos Estados Unidos conseguiu vencer o pessimismo que tomou conta do mercado.

    Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br)